Dissertação argumentativa
A Linguagem
Uma das principais características da
linguagem presente no texto dissertativo-argumentativo é a clareza. A leitura desse tipo de texto deve oferecer elementos
textuais suficientes para que a interpretação por parte do leitor seja feita
com fluidez, portanto, a linguagem dever ser direta e clara.
Além disso, outro importante aspecto é a objetividade, visto que esta permite
que o texto esteja ancorado nos fatos e na lógica, e não em impressões
(subjetivismos). È por isso que não se fazem referências aos interlocutores
nesse tipo de texto, sendo, assim, raro o emprego de pronomes de tratamento,
vocativos, pronomes de primeira e segunda pessoa ou de verbos no imperativo.
Dessa forma, pode-se dizer que a impessoalidade é uma marca da
dissertação argumentativa. Os pronomes de terceira pessoa, as construções
passivas e o uso dos nós genérico são maneiras de se aproximar da
impessoalidade e, consequentemente, de se afastar de uma escrita muito
subjetiva e/ou pessoais.
Pode-se dizer que um
dos motivos que levam à proliferação da violência urbana é a ociosidade dos
jovens que vivem nas comunidades. A falta de atividades culturais ou educacionais
deixa o jovem à margem das oportunidades de crescimento.
A construção na voz passiva “Pode-se
dizer”, ao esconder o agente da ação, procura, na verdade, esconder o próprio
enunciador, que se priva, assim, de escrever “Posso dizer”. Outrossim, a ausência dos pronomes de
primeira e de segunda pessoa reforçam o sentido de objetividade do texto.
Vivemos em uma
sociedade na qual necessitamos estar a par das mudanças políticas, visando
formar uma opinião crítica sobre a realidade que nos cerca.
Nesse excerto, o enunciador se dissimula na
forma verbal “vivemos” (nós genérico).
Em síntese, de forma ideal, a linguagem do
texto dissertativo-argumentativo deve apresentar as seguintes características:
certo grau de informatividade; clareza; estruturação em períodos articulados e
coesos (não se recomendam frases muito longas e truncadas, que dificultem a
fluência da leitura.); preferência pela 3ª pessoa; predomínio da ordem direta
das orações (Sujeito + verbo + complementos verbais + adjuntos adverbiais);
ausência de interlocução com o leitor; predomínio da função referencial da
linguagem.