segunda-feira, 9 de junho de 2008

O fenômeno da Belle Époque - João do Rio

Paulo Barreto foi um carioca revolucionário. Como jornalista, cronista, contista e teatrólogo conseguiu ser porta-voz dos acontecimentos da metrópole tropical em um período de efervecência política, social e cultural- conhecido como a Belle Époque - (final do sèculo XIX e início do século XX). Entre muitos pseudõnimos, se tornou mais conhecido como João do Rio. Foi o criador da crônica social mundana - fixando literariamente o espaço urbano que o cercava - o primeiro homem a ter o senso da reportagem moderna, conseguindo fazer do exercício do jornalismo uma atividade reconhecida, respeitada e profissional. Em sua prática jornalística captava sempre um flagrante do cotidiano e associava à esta uma veia crítica acentuada, fantasiosa e algumas vezes lírica. Por todos esse atributos, João do Rio se tornou, para mim, uma espécie de ícone a ser "buscado". Ele foi capaz de denunciar os mutilados da Belle Èpoque, desvelar os aspectos da cultura popular, da miséria, dos becos sórdidos do Rio de Janeiro; como também alimentou o narcisismo do "alto mundo", o "grand monde" dos elegantes cariocas, registrando assim, um tempo, uma sociedade, ficando na memória coletiva do brasileiro.

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