domingo, 28 de fevereiro de 2021

Recursos de padrão escrito na organização textual: Paragrafação

 O parágrafo corresponde a uma estrutura textual onde estão contidas informações de um texto, sendo caracterizado por um recuo em relação à margem esquerda do texto.

O texto constitui um todo coeso, sendo composto de diversos parágrafos. Estes, são constituídos por diversas frases, que apresentam uma determinada coerência e coesão entre si, ou seja, uma ideia central mediante pontuação e uso de elementos coesivos adequados à semântica do texto.

A passagem de um parágrafo ao outro, dependerá do conteúdo e da finalidade do emissor de construí-lo. A partir disso, lembre-se que a eficácia de um texto ou de abordar sobre um tema, se formam mediante o discurso e a concatenação das ideias apresentadas pelo locutor (emissor), de forma a permitir o entendimento do interlocutor (receptor).

A palavra, do grego “parágrafos” significa “escrever ao lado” ou “escrito ao lado”, sendo seu símbolo (§), ainda muito utilizado nos artigos legislativos.

                                          Tipos de Parágrafo

Dependendo da dimensão e do tipo de texto, os parágrafos são classificados em:

  • Longos: muito utilizado em textos acadêmicos, monografias, teses e artigos, pois apresentam conceituações, definições e exemplificações.
  • Médios: normalmente encontrado nos meios de comunicação como as revistas e os jornais. Esse tipo de parágrafo prende a atenção do leitor, uma vez que suas ideias são apresentadas de maneira menos extensa.
  • Curtos: encontrados nos textos infantis ou propagandas de publicidades. Constituídos por poucas palavras e, no caso das propagandas, uso de frases de destaque.
  • Narrativos: utilizam dos recursos de textos narrativos (contar uma história) para a construção do parágrafo como o predomínio dos verbos de ação. Nesse caso, se o discurso utilizado for o direto, pode haver travessões para indicar as falas das personagens.
  • Descritivos: parágrafos repletos de adjetivos, verbos de ligação e orações coordenadas, dos quais apresentam uma descrição e/ou apreciação de objeto, pessoa, lugar, acontecimento, dentre outros.
  • Dissertativos: parágrafos que apresentam uma ideia; sua proposta é defendê-la através da argumentação.                                                                                                                                                         Estrutura do Parágrafo
  • A constituição de um parágrafo envolve três partes fundamentais:

    1. Introdução: chamado de “tópico frasal”, essa parte define toda a ideia do parágrafo. Alguns recursos que auxiliam na estruturação de um tópico frasal são: uma alusão histórica, declaração inicial, interrogação, dentre outros.
    2. Desenvolvimento: momento de explicação e/ou explanação do tópico inicial (frasal). Algumas maneiras para o desenvolvimento do texto são: desenvolvimento por definição, fundamentação, exemplos, detalhes, comparação
    3. Conclusão: Nessa parte, ocorre o arremate e a retomada para encerrar a ideia inicial.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Redação para o Enem e vestibulares


Dissertação argumentativa   

A Linguagem
    
     Uma das principais características da linguagem presente no texto dissertativo-argumentativo é a clareza. A leitura desse tipo de texto deve oferecer elementos textuais suficientes para que a interpretação por parte do leitor seja feita com fluidez, portanto, a linguagem dever ser direta e clara.
     Além disso, outro importante aspecto é a objetividade, visto que esta permite que o texto esteja ancorado nos fatos e na lógica, e não em impressões (subjetivismos). È por isso que não se fazem referências aos interlocutores nesse tipo de texto, sendo, assim, raro o emprego de pronomes de tratamento, vocativos, pronomes de primeira e segunda pessoa ou de verbos no imperativo.
     Dessa forma, pode-se dizer que a impessoalidade é uma marca da dissertação argumentativa. Os pronomes de terceira pessoa, as construções passivas e o uso dos nós genérico são maneiras de se aproximar da impessoalidade e, consequentemente, de se afastar de uma escrita muito subjetiva e/ou pessoais.
   Pode-se dizer que um dos motivos que levam à proliferação da violência urbana é a ociosidade dos jovens que vivem nas comunidades. A falta de atividades culturais ou educacionais deixa o jovem à margem das oportunidades de crescimento.
     A construção na voz passiva “Pode-se dizer”, ao esconder o agente da ação, procura, na verdade, esconder o próprio enunciador, que se priva, assim, de escrever “Posso dizer”.  Outrossim, a ausência dos pronomes de primeira e de segunda pessoa reforçam o sentido de objetividade do texto.
     Vivemos em uma sociedade na qual necessitamos estar a par das mudanças políticas, visando formar uma opinião crítica sobre a realidade que nos cerca.
     Nesse excerto, o enunciador se dissimula na forma verbal “vivemos” (nós genérico).
   Em síntese, de forma ideal, a linguagem do texto dissertativo-argumentativo deve apresentar as seguintes características: certo grau de informatividade; clareza; estruturação em períodos articulados e coesos (não se recomendam frases muito longas e truncadas, que dificultem a fluência da leitura.); preferência pela 3ª pessoa; predomínio da ordem direta das orações (Sujeito + verbo + complementos verbais + adjuntos adverbiais); ausência de interlocução com o leitor; predomínio da função referencial da linguagem.

Produção textual para o Enem e vestibulares


Dissertação argumentativa 

A estrutura
     Em se tratando do Enem e vestibulares, os limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo incluem a tese e os argumentos em defesa de um ponto de vista, articulados com uma conclusão, apresentando-se assim em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução
     A introdução consiste em uma apresentação ao leitor daquilo que será tratado no texto. Nela, já é possível antever, comumente, o ponto de vista a ser defendido pelo autor. Espera-se, assim, que uma introdução seja composta, basicamente, por duas partes:
* Apresentação (contextualização) do tema: precisa estar claro qual o assunto a ser tratado no texto;
* Ponto de vista ou posicionamento do autor, isto é, a tese a ser defendida.
     Quando essas partes não ficam bem apresentadas, é possível que ocorram problemas na construção dos argumentos e da conclusão, pois, sem o objetivo do texto bem traçado desde o início, fica difícil estabelecer uma continuidade lógica.
Desenvolvimento
     Feita a introdução, com a apresentação do tema e da tese, o próximo passo é justificar o ponto de vista escolhido. Contribuem nessa tarefa as justificativas baseadas em fatos, dados, exemplos e opiniões. Essa é a parte de maior extensão em um texto dissertativo-argumentativo.
     Para que seja produtiva a elaboração do desenvolvimento, sugerem-se as seguintes recomendações:
* Pergunte à tese escolhida: Por quê?, Como assim?, Há exemplos?. Cada possível resposta é um argumento.
* Apresente exemplos de situações e fatos concretos, relacionando-os de forma lógica, explicitando relações de causa, efeito, comparação, finalidade etc.
* Use o seu conhecimento de mundo, empregando conceitos de várias áreas do conhecimento, tais como História, Filosofia, Ciências, atualidades etc.
    Cuidado para não se desviar do foco temático. O argumento deve ser apresentado como subordinado à tese. Um erro muito comum é detalhar demasiadamente o argumento, tornando-o mais relevante do que a tese, até mesmo, do que o tema.
Conclusão
   É a resposta final do texto, em decorrência do que nele foi exposto, ou seja, é o produto de um raciocínio apresentado na introdução e detalhado no desenvolvimento. No ENEM, a Competência V exige do candidato a adoção de uma solução efetiva. Um bom espaço para essa inserção é na conclusão do texto, em que podem ser trabalhadas sugestões e propostas para resolução de situações-problema. Estas devem ser inovadoras, viáveis e detalhadas (o quê fazer, como e por qual agente).
     A redação do texto dissertativo-argumentativo pode ser composta, por exemplo, de quatro etapas. A observância dessa sequência de organização auxilia o aluno a manter o foco temático. Sugiro um projeto de texto, procedimento para evitar o risco de se desviar do foco temático:
Identificar o tema – Redigir a tese – Argumentar – Propor soluções.

Leitura e Produção Textual: Coesão e Coerência textual


COERÊNCIA TEXTUAL – é a estrutura lógica das ideias que estabelece continuidade entre as sequências ou frases de um texto, conferindo um sentido unitário para o todo. É o fator responsável por transformar uma sequência linguística.
        É semântica e pragmática. Possui uma dimensão sintática mais profunda e ligada a outros fatores socioculturais os mais diversos, que acabam influindo no sentido global do texto. È um princípio de interpretabilidade do texto.
·         Regras para a boa formação da coerência textual:
-REPETIÇÃO. Desenvolvimento linear com elementos de recorrência
-PROGRESSÃO. Ampliação do sentido constantemente renovada.
-NÃO-CONTRADIÇÃO. Não deve conter elementos que contradizem o que já foi enunciado anteriormente.
-RELAÇÃO. Os fatos do mundo representados pelo texto devem estar relacionados.

 COESÃO TEXTUAL – é a conexão estabelecida entre as partes de um texto (palavras, períodos e parágrafos) por meio de conectivos. Esses conectivos são elementos de natureza gramatical, lexical, anafóricos e catafóricos.
-ELEMENTOS DE NATUREZA GRAMATICAL: conjunções, pronomes, preposições, advérbios, verbos, artigos;
-ELEMENTOS DE NATUREZA LEXICAL: sinônimos, antônimos, processos sintáticos – coordenação, subordinação, ordem dos vocábulos e orações.
-ELEMENTOS ANAFÓRICOS: servem para retomar um termo já expresso no texto.
-ELEMENTOS CATAFÓRICOS: antecipam termos que virão depois.
       Os elementos de coesão mais comuns são os que expressam as seguintes relações de sentido:
CAUSA E CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO: por conseguinte, por isso, de fato, pois, já que, de tal forma que, então.
CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA: exceto, salvo, todavia, menos, pelo contrário, mas, contudo, no entanto, embora.
ADIÇÃO: por outro lado, também, e, nem, não apenas... como também, não só... bem como, além disso, outrossim, ainda mais.
CONFORMIDADE, SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO: segundo, conforme, de acordo com, tal qual, igualmente, assim também, da mesma forma, semelhantemente, por analogia, como, do mesmo modo, bem como, de maneira idêntica.
PRIORIDADE, RELEVÂNCIA: principalmente, sobretudo, antes de mais nada, acima de tudo, em primeiro lugar, primeiramente
CONDIÇÃO, HIPÓTESE: se, caso, eventualmente, então
ALTERNATIVA: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, já...já, nem...nem
SURPRESA, IMPREVISTO: de repente, inesperadamente, de súbito
ESCLARECIMENTO, ILUSTRAÇÃO: quer dizer, isto é, ou seja, por exemplo.
RESUMO, RECAPITULAÇÃO, CONCLUSÃO: em síntese, em resumo, enfim, portanto, assim, dessa forma, logo, pois, dessa maneira.
LUGAR, PROXIMIDADE, DISTÂNCIA: próximo a, perto de, além, acolá, aqui, onde, aonde, em que
DÚVIDA: quem sabe, é provável, talvez, possivelmente, quiçá
TEMPO (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade, simultaneidade): enfim, logo que, então, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, agora, atualmente, sempre, raramente, desde que, já, enquanto, assim que, quando, não raro, mal, apenas, por enquanto, por ora
CERTEZA, ÊNFASE: certamente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza
PROPÓSITO, INTENÇÃO, FINALIDADE: a fim de que, com o fim de, para que, com o propósito